segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O lado cômico e pitoresco da política por Valério Mesquita: “Causos 2010”

Macaibense Valério Mesquita em "Causos 2010"
Valério Mesquita em “Causos 2010”,  seu título mais recente, lançado em 24 de novembro passado, reúne um total de 555 causos abrangendo as circunstâncias políticas locais e gerais, com seus personagens exóticos, pitorescos, ardilosos, canhestros, patéticos etc.


Na “orelha” que assina para esse livro, o escritor Jansen Leiros ressalta entre outras qualidades de seu amigo Valério Mesquita, a arte de falar o “linguajar do povo”, fato que explica em boa parte o sucesso das coletâneas de causos que o autor vem lançando há pelo menos três decênios.

Nessa nova coleta, tanto histórias cáusticas como hilárias se revezam na sucessão de relatos jocosos, risíveis, quase nunca ingênuos, que a política e seus métodos são capazes de engendrar, estimulados por casuísmos que põem a nu o nunca suficientemente decantado “jeitinho brasileiro”...

Em sua apresentação ao livro, o escritor Pedro Simões diz identificar uma variada fauna constitutiva de Macaíba e adjacências percebida e registrada por Valério Mesquita. Cita, entre outros tipos, “o ‘bebinho’ inofensivo mas contraditoriamente demolidor nas suas inconveniências; o Pedro Malasartes; o fofoqueiro; o boêmio [...]; um ‘Seu Lunga’ de tolerância zero e resposta atrevida na ponta da língua; o chefe político patriarcal e o oportunista, sua presença de espírito e suas circunstâncias”.

A esses tipos poderiam ser acrescentados outros tantos, já que a fauna valeriana parece desconhecer limites rígidos em suas criações e recriações da sua província macaibense, ainda sob muitos aspectos submersa – como a descreveu em livro célebre Otacílio Alecrim, esse outro valoroso macaibense. A presença de poetas como Renato Caldas e Moisés Sesiom não deixa dúvida de que também há lugar para a grande arte na seara valeriana do riso “pedagógico”.

É por razões tais que a escritura de Valério Mesquita parece incansável em seus escritos diários, único meio que encontrou para dar conta da incessante produção de causos e coisas análogas que sua província natal e outras de eleição passageira põem ao seu dispor, desafiando sua arte escritória para a satisfação renovada dos seus incontáveis leitores.


Fonte: www.tribunadonorte.com.br

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